Dei-te a as palavras todas.
Fiquei sem nada do que não queria dizer.
Fiquei a teu lado,
em cima de ti,
por baixo do teus olhos.
Arrependi-me do tempo
sem ti e do tempo contigo.
Abracei a dor de não te ter,
a soma da capacidade de sorrir
que ganho contigo.
Enamorei-me.
Sem paixão e com toda a raiva
do meu meio mundo anulada.
Apareci na prece da montanha
sem negar ser o morto
no fim da planície.
Foi tudo sem o ter,
sem a posse
que tem de ser negada.
Tu és a margem
assim como eu sou a estrada.
Bebo-te como o ultimo copo de vinho.
Como a sofrer com a ânsia
de ser a ultima gota.
Dei-te todas as palavras.
Só te queria dar a minha boca.