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20/10/2014

A pele

Esperas sem sentido.
Abraços vãos,
sem oposição sequer.
Tempos de outros corpos
onde se aprende que os olhos
são como as saias das mulheres.
Rodopiam,
saltam ao vento e ao murmúrio
dos passos enervados.
Não há mais nada.
O passado é só um escrito.
Um pergaminho em papel sem raiz.
Pôdre e sem sabor.
Sem terra boa de semear
letras em ideias de amor.
Há uma hora sem minutos
onde vivem as memórias de tu e eu.
Gentes que se cruzaram connosco
aqui não trazem marca ou saída.
Esperas...
São "nãos" que aguardam.
Já não tenho os preços das lágrimas.

Vem e conversa comigo.
Conta-me tudo o que sabes ao meu ouvido.
Sem tempo ou inclusão.
Dá-me a memória que já não me mói...


Vem buscar-me ao outro lado do mar de ninguém.