Não venhas agora aqui.
Não deixes a luz.
Não
queiras desaprender o que é o mundo.
Deixar as tuas palavras na calçada lá
fora.
Não esqueças o penteado do vento enervado.
Aquela onda que veio
antes d' uma e depois da outra.
Não te lembres mais a que sabe o meu
pescoço.
Não te deixes ficar sã
sem a posse da tua loucura.
Nega-te a vir ao meu encontro.
Eu sou âncora negra escura
que solta um grito ao mar que a chama.
Tu és nuvem leve branca
que voou até à minha cama.