Duas mãos.
Dois dedos de conversa.
Dois segredos atirados
ao meio das bocas.
Duas cabeças em razão
de não terem razão a ter.
Um par.
O duo que passa a ser
um sem par.
O que se torna único
na vida de dois seres
separados na carne,
mas com a alma fundida.
A Ursa Maior e a Menor
sem saber qual é uma e a outra.
Dois corações que devem ser
a união ao mesmo peito.
Um par de asas do mesmo Anjo.
Duas portas que só dão
para o mesmo lugar.
A confluência de duas sendas,
num trilho pela vida fora.
Um rio com duas nascentes.
Tudo isto
deverá ser isto.
O amor tem de ter
estes predicados.
Principalmente,
um par de gente.