sem tinta por completo.
A sombra que cai sobre o chão seco
de cimento pedra gelo.
O gesto da manhã ao desfiar
o princípio do dia.
Os prometidos desejos a desejar
não serem mais necessários de desejar.
Os sapos gordos,
verdes,
asquerosos,
amenos e posicionados
também no seu lugar.
As lágrimas retidas
quando as pálpebras se fecham e se trancam
ao mundo em cegueira assumida.
Todas as folhas tombadas
aos pés das árvores,
testemunhas de uma mudança sofrida.
Todos os frutos do pomar dos sonhos das crianças
que já ousam a sonhar.
Somente as toalhas de banho usadas,
pistas deixadas
do perfume da pele misturada dos amantes.
Somente as folhas em branco de um livro
onde se escreve um nome vezes sem conta.
Rosário de lábios e bocas em beijos
vitais e incessantes.
Rosário de recordações
de perdões dados,
apartados,
gemidos,
desconsolados,
adocicados e desmedidos.
Trago tudo dentro mim.
Por fora e do meu avesso.
Vejo só a distância de não te ter aqui...