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31/08/2014

Mendigo do vento

Sem dar a meia palavra,
amo a palavra inteira.  
Sem um grito,
atribuo a um grito a minha fala!  
Sem ser a voz,  
sou a vontade expressa de ser escutado.  
Sem saber como sonhar,  
adormeço numa noite arrumada sem cuidado.  
Sem ter o maior milagre da vida,  
sou vivo em inexplicável sobrevivência.  
Sem sobrar, estou a mais!
 

Sem ser o que quero e desejava ser,  
vou insistindo nesta labuta 
de ir sempre aonde o vento me leva.