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27/08/2014

Inteiros

Deitei o meu corpo 
ao lado do teu.
Nu de palavras.
Nu de ilusões.
Sabia onde estava,
quem era naquele momento.
Olhei nos teus olhos fundos.
Permiti que olhasses de volta.
Dentro de mim 
eras sabedora 
do que aqui vive.
Sou este que está 
enlaçado em ti.
Sou o homem 
que te deseja mulher.
Sou sombra, 
névoa, 
chuva lacrimal.
Sou luz, 
primavera, 
brisa quente e com perfume
a mar e rosas.

Abandono a minha boca na tua.
As minhas mãos 
soltam-se e vão descobrindo
as ruas do teu corpo.
Demoro-me nos teus seios,
faço o meu mapa das tuas coxas.
Moro no fundo das tuas costas.
Tomas-me,
conquistas me sem Norte nem Sul.
Entrego-me rendido,
sem um secreto hesitar.
Sinto-te por inteira.
Faço-me teu.
Fazes-te minha.

Somos a soma.
O resultado sem contraprova 
de que no mundo 
há sempre
um ser que nos faz inteiro.