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14/08/2014

Fincado

Não tenho ninguém 
na outra margem que me aguarde.
Este mar é o espelho 
de tudo o que me é longe.
É o segredo demasiado frágil 
para ser eu a guardar.

Não sei dispor os talheres 
nesta mesa de um lugar só 
onde me sento.
Tomo este espaço neste assento,
aqui me sento sentindo-me em sentido.
Depois da curva ninguém me espera...
Ao fim do caminho 
não tenho um abraço resumido em amor.

Sinto-me apenas no meio de tantos, 
sozinho.
Sem voz armado de dor.