Já não obedeço aos sentidos.
Nem tenho recordações vagas.
Só vividas e em brasa relutantes.
Não tenho lágrimas doces,
só cicatrizes de lágrimas
reunidas nas ruas das faces
reunidas nas ruas das faces
Não tenho sonhos.
Só o mesmo sonho todos os dias.
Sou a ironia feita carne,
beijo e se um dia for morte,
beijo e se um dia for morte,
serei a morte da ironia que era vida pulsada.
Não trago o coração comigo.
Dei-to.
Anda contigo nas tuas mãos,
nele fazes o teu abrigo inseguro.
nele fazes o teu abrigo inseguro.
Não tenho nada e nada quero ter.
Já não me importa ter o tudo se não puder ter-te.