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21/08/2015

Rasgo

Um perfume guardado. 
Aquele que não assombra nem disfarça.
A mão de dedos reais,
com toques da terra, 
ar, água e lume e das que matam a fome e o desejo.
As sombras que provam que existe o Sol, 
o calor e a vontade suprema da brisa fresca e restabelecedora.
Um discurso enervado e não nervoso,
assumido e não exuberante, dizendo só o que é para ser dito.

Um perfume apropriado,
aquele que eu reconheço como o que é teu, 
que eu misturo com o meu cheiro,
subtraio à memória dos dias e abraço nas histórias todas que vivi
ou sonhei viver.


Um perfume.
Só um cheiro de memória que com o tempo,
como o nevoeiro nas manhãs que quando é, 
já o deixou de ser.