Porque eu sou quem sou penso só em ti.
Não consigo aspirar a mais nada nem sou
capaz de ter-me acima do Mar!
Percorro as palavras ditas e todas as que queria
dizer.
Escrevo-te uma carta de suspiros e teço a trama do lençol branco desta
noite esbranquiçada!
Sou um bocado do que fui e parte meia do que podia ser.
Não me faltam as forças!
Só me falta a vontade de abrir os olhos e ter as
paredes substituídas por horizontes reais.
A rosa é o que é.
Traz com ela
também os seus espinhos.
Nesses espinhos está a minha mão à busca da tua...
Escrevo o que escrevo sem saber se me lês,
mas só posso agora escrever.
Ama-me.
Porque sou o ardor do fogo que me consome!
Porque sou a luz que te abriu os
olhos e deu o espaço à tua coragem.
Sou a fonte que te encheu de lágrimas!
Eu
Amo-te aqui.
Nem longe nem perto,
sem saber se ainda eu aqui me encontro.
Tomo
o caminho da espera.
Miro as cadeiras vazias que eu não consigo ou quero mais
olhar!
Travo este poema como um louco esfomeado e furibundo come um pedaço de
chão!
Espero sentado em silêncio de Primavera que aguarda o Verão.
Mas eu
não...
Eu só espero.
Não...