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05/04/2015

Espero

Espero... 
Porque eu sou quem sou penso só em ti. 
Não consigo aspirar a mais nada nem sou capaz de ter-me acima do Mar! 
Percorro as palavras ditas e todas as que queria dizer. 
Escrevo-te uma carta de suspiros e teço a trama do lençol branco desta noite esbranquiçada! 
Sou um bocado do que fui e parte meia do que podia ser. 
Não me faltam as forças! 
Só me falta a vontade de abrir os olhos e ter as paredes substituídas por horizontes reais. 
A rosa é o que é. 
Traz com ela também os seus espinhos. 
Nesses espinhos está a minha mão à busca da tua... 
Escrevo o que escrevo sem saber se me lês, 
mas só posso agora escrever. 
Ama-me. 
Porque sou o ardor do fogo que me consome! 
Porque sou a luz que te abriu os olhos e deu o espaço à tua coragem. 
Sou a fonte que te encheu de lágrimas! 
Eu Amo-te aqui. 
Nem longe nem perto, 
sem saber se ainda eu aqui me encontro. 
Tomo o caminho da espera. 
Miro as cadeiras vazias que eu não consigo ou quero mais olhar! 
Travo este poema como um louco esfomeado e furibundo come um pedaço de chão! 
Espero sentado em silêncio de Primavera que aguarda o Verão. 
Mas eu não... 
Eu só espero. 
Não...