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11/10/2014

Certo

Não venhas agora aqui.
Não deixes a luz.
Não queiras desaprender o que é o mundo.
Deixar as tuas palavras na calçada lá fora.
Não esqueças o penteado do vento enervado.
Aquela onda que veio antes d' uma e depois da outra.
Não te lembres mais a que sabe o meu pescoço.
Não te deixes ficar sã 
sem a posse da tua loucura.
Nega-te a vir ao meu encontro.

Eu sou âncora negra escura
que solta um grito ao mar que a chama.
Tu és nuvem leve branca
que voou até à minha cama.