Pintadas de cores e negros tons.
Nomeadas de palavras benditas,
as sonhadas e as revistas.
Mãos com dedos de ouro rasurados.
Sem saber o negro toque,
sem as dores afiadas,
sem sofrimento regadas.
Mãos escritas como um quadro
de sombreados e letras em sinais.
Mãos que na ausência dos verbos,
mirram, murcham, emparedam-se.
Mãos com colecções de rugas e sem elas,
em traçado de história de vida.
Selos de tempo,
paisagem de momentos,
vindimas de vivências de mel e fel.
Estados de alma,
lembranças de um passado com miragem
num futuro onde o Mar é necessário.
Mãos escritas,
relatos nas palavras assinaladas nas palmas.
Olhos que as lêem
permitem-nas no peito.
Lágrimas súbitas que são
as legendas por ler.
Tomem as minhas mãos.
Desmesuradamente.