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30/11/2014

Antes, agora, por depois

Mãos escritas.
Pintadas de cores e negros tons.
Nomeadas de palavras benditas, 
as sonhadas e as revistas.
Mãos com dedos de ouro rasurados.
Sem saber o negro toque,
sem as dores afiadas,
sem sofrimento regadas.

Mãos escritas como um quadro 
de sombreados e letras em sinais.
Mãos que na ausência dos verbos,
mirram, murcham, emparedam-se.
Mãos com colecções de rugas e sem elas,
em traçado de história de vida.
Selos de tempo,
paisagem de momentos,
vindimas de vivências de mel e fel.
Estados de alma, 
lembranças de um passado com miragem 
num futuro onde o Mar é necessário.

Mãos escritas,
relatos nas palavras assinaladas nas palmas.
Olhos que as lêem
permitem-nas no peito.
Lágrimas súbitas que são 
as legendas por ler.

Tomem as minhas mãos.
Desmesuradamente.