Lá.
O sitio certo
é onde nunca nos
encontrámos.
A mão que nos atravessa e onde se faz ninho.
O sopro de ti.
O
vento que tarda .
A brisa que nunca está.
A tua voz escutada sem que me digas
nada.
Nada faria sentido agora dizer.
Calar também é ser presente.
Falar de silêncios calados que somos nós.
A Lua em lugar de testemunha permanente
sem mais nada que por brilhar.
Aqui te encontro.
É o meu lugar.
Fechas os
meus olhos com beijos.
Abres estas mãos que sendo minhas são tuas sem dúvida.
Onde o olhar não chega.
Onde nada nunca se
espera.
Sossego o teu coração.
Faço-o bater mais forte.
Aconchego-te longe da
vista mas com o peito tão perto.
Apertas-me o rosto contra o teu ventre.
Estamos no sítio certo.
Longe da realidade só nos importa o presente.
Renasço nas palmas das tuas mãos.
Como no fim tudo recomeça,
volto
aos teus braços mesmo antes de lá chegar.
Estamos no sítio certo sem nunca lá termos estado.
Falam os olhos,
esquecem-se as palavras,
escutam-se os sonhos,
cheira-se a chuva...
Aqui neste mundo que tem dois feitos n´um.
Aperta-se o
tempo onde tudo recomeça e aqui,
neste lugar certo,
é onde tudo importa e ao
mesmo tempo nada interessa.
Por fim passa a nuvem,
o milagre das chamadas lágrimas dos céus,
ficam as janelas molhadas.